"Wilson Lima já deu elementos jurídicos para o impeachment", dispara Wilker Barreto


“O caos está instalado no Amazonas e a atual gestão tem somando elementos suficientes para sofrer um processo de impeachment”. Essa foi a afirmação feita pelo deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) na manhã desta quinta-feira, 12, na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). A declaração vem ao encontro do desagrado que atinge a sociedade amazonense e é testemunhado no protesto de profissionais da saúde, nos servidores públicos revoltados por aprovações de mensagens governamentais que mudam data de pagamento de salário, o não pagamento de dezembro, a diminuição em 3% do salário do servidor, o congelamento de promoções, dentre inúmeras denúncias de superfaturamento na educação e saúde pública em colapso.

“Esse governo não tem capacidade técnica para gerir o Estado. Quando não se sabe administrar com dinheiro em caixa e leva o Amazonas a esse colapso, o Governo já tem elementos jurídicos para a sociedade pedir seu impeachment”, comentou Wilker.

A saúde, aliás, é um dos setores que mais vem sendo atingido. De acordo com Wilker, o Governo do Amazonas instaurou a pena de morte no Estado por omissão aos problemas vividos na saúde. Em seu pronunciamento, o parlamentar alertou que a atual gestão não prioriza vidas e assume o risco de matar ao não apontar soluções. Até o momento, profissionais da saúde – enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, administrativos e maqueiros – estão desde junho sem receber. Além disso, o parlamentar repercutiu denúncias que recebe de médicos que atuam no sistema público: equipamentos do Adriano Jorge, Francisca Mendes, Delphina Aziz e FCecon estão sem funcionar.

“Para nossa tristeza, o Governo instituiu hoje a pena de morte por omissão nos problemas do Estado na saúde. Se criou um grande corredor da morte, com crianças e pacientes sendo sumariamente executadas, mesmo com ordens judiciais. Quando não se prioriza vidas, você assume o risco de matar”, explicou Barreto.

O deputado citou, ainda, o exemplo da pequena Ayla Lemos, de 1 ano e quatro meses, que morreu no último dia 30 de novembro enquanto aguardava por uma cirurgia cardíaca, mesmo com uma determinação judicial. Para Wilker, o Governo não garante o direito à vida para a sociedade amazonense. Prova disso, é que ao todo, este ano, 29 crianças cardiopatas morreram por falta do procedimento cirúrgico necessário, e ainda há 684 pessoas na fila, sendo 214 crianças e 470 adultos a espera de uma cirurgia. O Governo determinou a suspensão do procedimento em toda a rede há dois meses.

“O Governo rasga a Constituição por não garantir o direito à vida no Amazonas. Não cumpriu uma ordem judicial de R$ 150 mil para salvar a pequena Ayla, mas publica no Diário Oficial do Estado R$ 2 milhões para a festa do Guaraná. Isso é afrontoso. Se o Governo fizesse revisão do contrato penitenciário, por exemplo, ele acharia R$100 milhões para investir na saúde”, criticou Wilker.

Entre as denúncias que são relatadas ao deputado, o Hospital Universitário Francisca Mendes, na Cidade Nova, é um dos casos que mais preocupa. Isso porque, os equipamentos estão parados e quebrados, não há raio-x, ultrassom, mamógrafo, ressonância, o aparelho de hemodinâmica está parado há um mês, e o tubo valvado só possui uma unidade, o que atende um paciente de cada vez. As cirurgias eletivas estão suspensas.

“Quem procura a rede pública para garantir sua sobrevivência está sendo entregue à própria sorte e a vontade de Deus”, frisou o parlamentar.

Somente em 2019, os indícios de superfaturamento em contratos da Secretaria de Educação (Seduc) somam quase R$ 40 milhões, diante de serviços como transporte escolar e merenda para a capital, bem como no interior do Estado. Enquanto isso, os professores prometem reagir ao aumento da contribuição previdenciária de 11 para 14%, mesmo ano em que entraram em greve por quase dois meses, após dificuldades em negociar com o Governo a reposição salarial.

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