Machismo político e farsa do prefeito Beleza em Santa Isabel do Rio Negro começam a assustar população



A blindagem imposta pelos vereadores de base ao prefeito de Santa Isabel do Rio Negro (distante 630 quilômetros de Manaus), José Ribamar Beleza (PP), começa a assustar a população isabelense, que agora teme perder a democracia e viver dias de negacionismo e desmandos no município.

Com poder sobre os vereadores na Câmara Municipal, Beleza deu uma tacada de mestre. Em pouco tempo, conseguiu destituir a presidente do parlamento, vereadora Márcia Goes, pelo simples fato de ela fazer oposição a ele. Numa rápida formação da Comissão Processante de destituição, a vereadora não teve nem tempo de defesa e em poucos dias viu uma farsa se tornar realidade.

O que poucos sabem é que o prefeito tem feito essa prática se tornar reincidente. Dar o golpe e expulsar as mulheres que tentam atrapalhar o seu caminho político é o modus operandi de Beleza, semelhante ao ato de 2014, quando pediu o afastamento da presidente da Câmara de Barcelos, a vereadora Alcimara Pinheiro. Na época, o prefeito possuía quatro prestações de contas reprovadas no Tribunal de Contas da União (TCU) e lutava para não ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Beleza reuniu os vereadores da base a fim que se livrasse da fiscalização ferrenha da parlamentar.

Cautelar que definiu o afastamento da vereadora
Alcimara Pinheiro

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Sete anos depois, a vítima da vez é Marcia Goes. A vereadora cobrou da prefeitura ações de enfrentamento da Covid-19 que beneficiassem a população. O pedido feito por meio de requerimento solicitava celeridade na vacinação, kits para testes e estoque de oxigênio. O pedido em prol de beneficiar a população acabou incomodando Beleza e os vereadores da base.

Segundo assessores próximos aos vereadores da base do prefeito ouvidos pela nossa reportagem, “qualquer vereador que se levantar contra Beleza sofrerá penalidades”. O motivo da blindagem são os escândalos do passado do prefeito, considerado ficha suja, mas que conta com o apoio dos deputados irmãos Átila Lins (federal) e Belarmino Lins (estadual) para ajudá-lo a se livrar dos problemas.

Como prova de lealdade e fidelidade, o prefeito fez acordos com os vereadores. Fontes de dentro da Câmara do município apontam que o vereador Domingos Zedan, o Berrinho (PP), do mesmo partido do prefeito Beleza, autor da denúncia que resultou no afastamento da presidente, teve a irmã empregada como coordenadora do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) da Prefeitura. Era o acordo pela “parceria” com Beleza. Dias após o ato, o nome da irmã do vereador apareceu no Diário Oficial do Município.


Uso indevido do dinheiro público

Em 2019, Beleza foi denunciado pelo Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) por apropriação e uso indevido de dinheiro público. O crime teria sido cometido em 2013, quando Beleza chefiava o Executivo municipal de Barcelos, e envolve 23 contratações de servidores 'fantasmas', ou seja, que recebiam pagamento sem comparecer e prestar serviço ao Município.

No exercício do cargo de prefeito, José Ribamar Fontes Beleza nomeava pessoas de fora de Barcelos para exercerem cargos comissionados, remunerando-as sem que elas prestassem qualquer tipo de trabalho ou serviço à Prefeitura, o que constitui uso indevido de verbas públicas. A lista de nomeações inclui, além de parentes do próprio ex-prefeito, empresários, ex-vereadores e parentes, ex-prefeita cassada pela Justiça Eleitoral, apoiadores de campanha e até a esposa e o irmão do pastor Salvador Florêncio da Silva, atual representante da Igreja Assembleia de Deus no Município.

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